25 de outubro de 2007

Sobre Emoções e Paixões

Per affectum intelligo corporis affectiones, quibus ipsius corporis agendi potentia augetur vel minuitur, iuvatur vel coercetur, et simul harum affectionum ideas

Enfermidade do espírito
: sujeito que está submetido a emoções e paixões, pois ambas excluem o domínio da razão.

Emoção: sentimento de prazer e desprazer no estado presente que não deixa a reflexão aflorar no sujeito [a representação da razão, se deve entregar ou resistir a ele], animus sui compos, é leal e aberta, e pode ser vista como uma bebedeira que se cura dormindo. Aquele que ama pode enxergar. O que constitui um estado de afecção, em geral, não é a intensidade de certo sentimento, e sim a falta de reflexão para se comparar esse sentimento com a soma de todos os sentimentos [de prazer ou desprazer] em seu estado. A emoção em geral é um acidente patológico [sintoma]; ela pode [por analogia como sistema Brown] ser divida em estênica, se ela é forte e exercita a força vital, e astênica, se ela é fraca, a emoção se detém, mas quando surge uma nova ameaça se restabelece.

Paixão: inclinação que a razão do sujeito pode dificilmente dominar, ou não pode dominar de modo algum, é insidiosa e encoberta, e funciona como uma loucura [delírio] que cisma com uma representação que se enraíza cada vez mais profundamente. O apaixonado é cego, com relação às falhas do objeto amado, mesmo que costume recuperar a visão depois de oito dias de casamento. A paixão é uma prisão que ninguém almeja.

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei bastante, muito inspirador. [E muito apaixonados, embora esse fale o contrário] Também escrevo, podíamos trocar uns textos.

Um beijo moço
Bia