31 de maio de 2011

Idiota

Se ele parece idiota, fala como idiota e age como idiota, então, não se engane, ele é um idiota.

6 de abril de 2011

O idiota e o imbecil.

Do ponto de vista psicológico, o idiota, assim como o imbecil, é essencialmente um fraco de espírito. Mas formam dois tipos de caracteres muito diferentes.: o idiota é, em geral, lento, embrutecido, de sentido obtuso, desprovido de atenção, sem imaginação, sem iniciativa, sedentário, frequentemente tímido, pouco suscetível, mas obediente e regular; do ponto de vista dos sentimentos, capaz de se relacionar, capaz de reconhecimento e piedade, mais acessível à doçura do que ao temor; o imbecil tem a imaginação desordenada, as associações rápidas e incoerentes, a atenção desperta, mas instável; apesar da sua capacidade para conseguir ou mesmo completar aquilo que faz, conserva uma elevada opinião acerca de si mesmo; gosta de reclamar e de reivindicar os seus direitos; é rebelde ao trabalho, empreendendo coisas inúteis e maléficas, impulsivo, indisciplinado, vagabundo; gosta de se mostrar desobediente e grosseiro. A sua sugestionabilidade é grande, mas especializada, é pouco sensível aos bons tratos, mais à ameaça e sobretudo lisonja.
O idiota distingue-se, por outro lado, do imbecil porque apresenta geralmente, do ponto de vista físico, enfermidades muito raras nesse último: cegueira, surdez, estrabismo, gaguês, hemiplegia, contrações, gatismo, bócio, etc. A microcefalia encontra-se quer num, quer no outro.

3 de agosto de 2010

sem

onde estavas?
que não te vi,
a não ser em minhas
memórias falhas

onde está?
que não sei de ti
a não ser em que me falhas

onde estamos?
eu aqui, migalhas.

somos navalhas fontanadas.

4 de novembro de 2009

Manoel Bandeira

a onda anda aonde anda a onda? a onda ainda ainda onda ainda anda aonde? aonde? a onda a onda

9 de agosto de 2009

Thomas Watson

...o caminho para o sucesso é dobrar a taxa de erros...

29 de abril de 2009

Da e-cadência! [incompleto, reaja!]

Vivo o ato
Minuto
Passo
Segundo passado

Vivo o momento
Que escoa a tempo

Apreendo e aprendo
Minto e tento

Memento

Descrevo o antes
Escrevo
Me perco

Nem mais a escrita me ampara
Nem mais a vida me cala

Futuro fugidio
Minuto escorregadio

Erradio vazio
Prometo
Esqueço
Perdido
Derivo

Derivado ato
Ato fátuo
Ao acaso escrevo (palávro!)

Ninguém me lê
Ninguém se vê

Eu tento
Reajo!

silenciosamente escrevo
o nada indefeso

26 de abril de 2009

Espasmos.

Intransponíveis são aqueles que morreram
eu corro atrás de todos eles que beiram
meu eu
eu meu

***

eu cristo
eu chisto
eu isto
eu aquilo
eu D'us
A-deus

Num bar, espero.

As mentiras que escutamos
As mentiras que aguentamos
As mentiras que inventamos

Nas mentiras estamos
Nas mentiras moramos
Nas mentiras erramos

A ment[é]ira!

8 de abril de 2009

Bem te vi.

No instante em que ascendi Santa Maria,
Um bem-te-vi com seu canto adentrou
Janela, parede e alma.
E continuou a acordar a vizinhança.

Até os cânticos das aves circundantes
Mesmo apagados e distantes
Me desesperam,
Sempre falantes, grito:

Por quê não ficaste noite, Dia?!

Adia esta mania,
De todo dia se querer dia.
Ah! Dia!
Adia.

7 de fevereiro de 2009

Cravos da India não perfumam palavras.

Escrevo pra me encontrar....

Porque de mim sempre fujo....

Escrevo meus sonhos.
Escrevo meu despertar repentino...
Escrevo sobre nada e sobre o nada...
Escrevo e me esqueço das necessidades inatas.

Escrevo sobre o sabido...
Escrevo libido...
Escrevo.

Excravo!

Dormir,
Acordar,
Se lavar,
Ceiar,
Descansar,
Trabalhar,
Comer,
Deitar,
Se lavar,
Dormir,
Acordar.

Aí ia.

Aí ia.

Quê outro jeito tenho para dizer?
Gritar talvez, que outro jeito?

A escrita não grita,
É surda, cega, muda.

Da semente nasce uma muda,
Da muda uma idéia,
A idéia repulsa, pulsa.

Pra longe avoa
Avulsa atoa

Esbarra na proa
De outra ideia.

24 de dezembro de 2008

Axioma #

"Mar revuelto, ganância del pescadores!"


tradução do español para o português:

"Mar agitado, lucro dos pescadores"

23 de dezembro de 2008

Axioma #

"Existem dois tipos de pessoas: os Homicidas e os Suicidas."

Porém, os Suicidas são os piores pois assujeitam os Homicidas
a cometerem o crime que eles mesmos não tem coragem de
fazê-lo.

5 de dezembro de 2008

Penqueno Manifesto Heautônomo Contra

Os textos precedentes foram publicados:

i. Contra a autoria, ou direitos autorais
ii. Contra estâncias mentais que aprisionam
iii. Contra a cultura massificadora
iv. Contra discursos fechados em si
v. Contra tudo e nada, todos e ninguém

3 de dezembro de 2008

Em um minuto

vô já
vê lá
vê-la

9 de novembro de 2008

Diagonal

Sem jeito
Sou alheio

Nem m'atenho
Aos centeios

Nós e feitos
Teias de areia

Faiscas discretas
Iscas concretas

8 de novembro de 2008

A cadência mia

A academia
é pura decadência
de repletos discursos
em reversos e versos
do mesmo dito por outro
do jovem que descobre o velho e ancestral novo.

O clã de alquímicos místicos pitagóricos oníricos insólitos
regem, ditam, olham, apontam, aprontam com a novidade
por eles, pobre coitadas, pelo hábito, e pela idade,
já não mais conhecem a magia, o misticismo o inaudivel inaudito
Digo:

Que assim seja e assim se faça!

Reafirmo: Dizer em ato, nem em 300 páginas.

9 de setembro de 2008

Via lá

A vontade
À vontade
Avança
Via
A via
Havia

Sigo
Cego
Se-ego
Nego
Nêgo
Bêco
Berro
Eco
Erro


Perco
À ermo
Péco
Peço
Arrêgo
Arrêia

Ia

não vou mais.

frase feita

Os mortos governam os vivos.

8 de setembro de 2008

Aos sádicos

É, porém, o verdadeiro fim. Ou o recomeço de tudo. A linguagem é invadida por espanholismos estropiados que grifam as fanfarronices, os trocadilhos e citações preparadas ou deformadas. É um pandemônio com ressaibos de farsa medieval, de missa negra e ritual fálico. À maneira de Sade, inversão da virtude pelo vício, num exercício de liberdade total como radical negatividade afirmativa.

12 de agosto de 2008

Jean Cocteau

Le poète ne demande
Acune admiration

Il veut être cru.

Tout ce qui n'est pas cru
Reste décoratif"

"Que ne donnerais-je pour qu'elles n'existent pas!

10 de agosto de 2008

Mim

Eu escolhi cerejas para comer. Fruta pequena, vermelha, saborosa. Carrega como virtude uma certa meiguice, mas seu denotativo é lascivo, quase um assassinato. Por isso fiz tal decisão:de hoje em diante só me alimentarei de cerejas. Como menina , aprendiz de ser humano e aprendiz de não-aprender(o que com tamanho sacrifício tentam me ensinar) , achei na fruta a dualidade como uma verdadeira intimação. Intimação de sobreviver às coisas triviais, aquelas que mais angustiam, a mediocridade de não se ter nada, a melancolia de não querer o que se têm. A fuga não é , como todos pensam , um sinal de fraqueza. Ao contrário, ela carrega em seu ato transviado uma enorme quantidade de coragem, de sair do trilho mórbido de determinada situação e mergulhar em outra, e o mais incrível : com consciência. A fuga é uma tentativa, os fracos não tentam...nao tem vez,acomodam-se deixando que o levem e o pisem, deixam acontecer. Fugir é experimentar uma dor nova, um objeto diferente para se cortar, uma cor de esmalte nunca usada. E nessas vertentes e infinitas possibilidades, vivemos encontros e desencontros(como diz Noel Rosa : “ Quem acha vive se perdendo...”). E de acordo com essa perda cotidiana , passei a me questionar laconicamente, o por quê de ter medo da morte. Bem ,eu tenho uma noticia um pouco triste para vocês: nós morremos a cada segundo. Cada atrapalhada e circunstância que vivemos e logo deixamos para trás ( ou que nos deixa), estripe uma parcela daquela vivência momentânea, que com toda convicção juramos sempre ser eterna. Mas não é. E aí que mora a perigosa e infame alegria de viver, nas constantes mortes e ressurreições, no infinito renascer do ser. Pelo que me parece, nunca saímos completamente da barriga de nossas mães, permanecemos sim, enjaulados por um carinho materno e um constante processo de formação . Dessa forma , cada vez que lutamos contra as grades, e fugimos,adquirimos uma liberdade de nascer. Porém por algum motivo cruel e necessário, o super-ego ou a sociedade nos mata e nos tornamos prisioneiros novamente. Muitas vezes somos acompanhados por uma inércia(tendência de uma constante),nos programamos, acreditamos , fazemos .... respeitando-lhe e lhe sendo fiel, mas a qualquer momento algum toque externo aparecera e será capaz de transfigurar e transgredir qualquer constância , colocando o surpreendido num limbo de confusão e dúvida. A surpresa é uma chave de cadeia . Cadeia alimentar baseada na nutrição e eliminação das absurdas ligações( inclusive amorosas) entre os seres que a ela são envolvidos: o preda-dor e a (sur)presa. A sociedade atual mesmo eh uma surpresa(afinal me supreende), prisão imediata, momentânea, algema da palavra pronunciada sorrateiramente num perigoso parágrafo, no momento que é feita.Uma prisão a procura de sua presa para saciar o desvairado anseio pela locomoção do passado, pela prisão das grades, pela impermeabilidade da constante ilusão que ilude e desilude o eterno prisioneiro que almeja a liberdade mas atrai as próprias algemas. E assim ocorre sucessivamente... o renascimento de pequenas almas que almejam qualquer coisa, qualquer descoberta, qualquer mentira. Renascer é estar dormindo e despertar de um pesadelo, é uma frivolidade esperta , deturpadora do passado e inovadora de um provável futuro. Renascer é uma cereja sem dono. Aquela que está pronta para ser comida por qualquer um, mas que tal qualquer um não está preparado para comê-la. Motivo: Medo de envenenamento. Mas estão certos de temerem, nascer de novo é um veneno que só deve ser consumido por alguns, pelos livres. É uma morte desejavelmente indesejada, que remete a uma vida indesejavelmente desejada. É ser crucificado na cruz de propósito, com propósito de se firmar corajoso e salvador, arrecadar fieis... mas sabendo secretamente que outro nascer o espera. É maledicência de dormir esquerdo e acordar direito. De ser vegetariano no sábado e canibal na terça. È se suicidar no verão carioca e ter comprado um dia antes um cachecol para o inverno europeu.

Dançar são as palavras que não posso escrever. Estou dançando minha vida, minha existência, minha culpa. Razão de existência, existência sem razão. Vazio. Total. Torturante. Por que será que ela me escolheu como irmã-siamesa? Quero fugir do Vazio, não só viajar. Viajar iria me tirar do lugar que quero sair, mas seria insuficiente.O Vazio eh a redoma de vidro. Desejo sentimento de fuga, saber e sentir que estou fugindo. Queria ir para algum lugar que não existe, com uma pessoa que não existe e comer algo que não existe..Estou infectada por mim mesma. Pelo vírus da sobriedade e lucidez dissolvidas na inconsciência ilógica. Tragar e ser tragada. Sofrer violação do eu , do outro. Sera que o eu quando Eu e o eu quando Mim são a mesma pessoa? Desprezivel acao de responder vazio a pergunta que transborda. Na verdade sinto as vezes que o mim faz mais que eu e que eu sofre mais do que mim. Será que nos tempos de hoje o sujeito esta sendo substituindo pelo objeto? Preciso fugir das palavras, dos parágrafos sem saída. Os versos das hemácias sem ferro. As lágrimas querem fugir mas também não conseguem...não saem de medo, se acumulam na máquina do consciente, o manipulando . Encharca tudo, e sempre quando acordo estou com muita sede. A sede me toma e não importa o que eu tome ela não cede. Nada me cede, e eu nunca cedo nada. Perder para que? Os cigarros nunca são suficientes.. Ceticismo horripilante. Indiferença. Confusão que navega na reta-reta. E de repente sofre grandes elevações e declínios. Quero sempre mais. Dormir uma época, um período. Sonhar com o que não posso ter. Tomar a substância que me transformará na bela adormecida à espera do príncipe desencantado que chega e foge. (E eh nisso que a idealização moderna virou). Fugir do outro é sempre mais fácil do que a fuga de si mesmo, pois mesmo com mascaras, drogas e sonhos você nunca vai conseguir se esquecer. A verdade é uma mentira em potência. E potência de zero dá sempre um. Impotência que potencializa o algarismo fraco e potente. Aquele que prende e omite os grãos de feijão das hemácias que gritam de necessidade. E eu rasuro tudo. Até meu nome.

Sentada sozinha percebo qualquer coisa que dê bandeira.Estou trancada na fechadura de senha indiscreta .Prisão voluntária de aceitar só o comovente. Dois copos, um na frente do outro, discutem, encaram , flertam dominados por uma certa timidez. Na tentativa de amenizar o tempo perdido faço algo novo. Brindo com ninguém e para nada. Sem ninguém a minha frente e conseqüentemente corpo algum, eu ouso diferente. Ousadia sem escrúpulo,brinde ao brinde! Lembrança da festa de criança que não quer esquecer o festejo e festeja em presentear o convidado. (Nostalgia, aquela época eu não era tão amiga da solidão!)Os copos batem e almejam sem finalidade. Por falta do outro, por sensação do único . Controlador do par que não controla a dor ( de repente não precise, esta sozinho). Brindar com o nada, ação carente de responder a não-pergunta . Abro o vinho com o dedo que rasga, sangra e agoniza. Outro brinde feito, bem feito! As hemácias excretadas pedem socorro mas continuam brindando o confuso machucado. Agora elas estão felizes, estão embriagadas... não tem censura. Liberdade mesmo que tardia – elas berram felizes! O ferro não eh mais uma necessidade. Brindar sem ninguém é mais feliz, mas facil. Não tem olhar e portanto não há exibição de delitos pela retina. Não tem verdade, nem saúde. È reflexivo , ímpar. Brindar com o nada é a falta das aspas e predomínio das reticências . Continuidade sem questão , infinitamente inquestionável. O copo sem dono é de qualquer outro. Interrogação importuna com resposta ilógica. Brindar é colocar o impossível como meta. É meter o objeto no lugar devido e delicado de outro sexo através de um toque e ação, e depois ir embora. È dever um carro-casa e não poder pagar. Vida : um jogo de resta-um. Movimento constante de peças , comidas e eliminações perversas.... que no final deixa uma peça solitária e vence. Vencer com a solidão!Será que no mundo existe vencedores e perdedores? Não sei , apenas vejo que os pseudo-vencedores brindam depois da partida e partem. Tão descobertos: menores abandonados. Eles também tão sozinhos , mas não percebem , eh como se o troféu substituísse a companhia.Brindam com a ausência de algo e presença de uma glória pobre. Brindar, iludir-se no anseio ( em memória do “ recordar, satisfazer-me no abandono”). Todos são vitimas, todos são culpados. O seio roubado pede perdão pelo pecado ainda não cometido. Come-te o puro e oferece um liquido para melhor degustar. Ridículo de gozo, uma coxa sob a outra....E ao acordar percebe o brinde que foi feito com ninguém e para nada e logo desfaz, tudo .Rapido assim. Quando estamos sozinhos somos. Caminhamos com mais cautela, esperando um gránd finalle escondido , não assumido. Andamos sem motivo, razão de considerar o nada como possibilidade.O pé depois do outro enfrenta umas dificuldades por que tem aqueles importunos que piscam.Tentativa cruel de subornar o outro pelo olhar.Paixao que eh paga a vista . Tire a roupa, se vista, aqui seu dinheiro.

Espero algo sem fim.Sem finalidade, sem começo.Às vezes aparece montado em um cavalo de pau.Se materializa na palavra pacote.Empacotar um adeus que diz sempre oi.Sentido cíclico das coisas que almejam a linearidade.E de fato são.Motivo:suruba. Mistura infinita da validade de cada um.Mas me ocorre nesse momento indiscreto que nenhum indivíduo tem validade.Todos são vítimas do prazo, mas a validade é muito taciturna.Ninguém presta.Presta serviço, presta auxílio, presta desejo.Ou melhor, empresta desejo.Mas no ombro do soldado é diferente.Prestar por si só , de forma alguma.Pagar a prestação é outro hábito.Coisas são pagas à parcela sempre.Medíocres degraus da escada .Tudo se sobrepõe ao declínio da montanha chuvosa.È pago aos poucos , parcela desprovida de todo instantâneo.E eu continuo esperando.A espera também é em parcela.A cada prazo mais e assim permanece.Até que chegam os juros e juramos que nunca mais deixaremos chegar a esse ponto.Mas o ponto sempre chega de novo, trazendo o final daquilo que não tem fim. Costume insensato de não obedecer às próprias regras. O juramento do se apaixonar pelo o que não é.Ou pelo o que deveria ser.A parcela do agora submetida à subversão da palavra pacote.E o pacote armazena cada produto capitalista da multiplicação sem procriacao.Todo número multiplicado por zero dá zero, já disse.A ordem das parcelas não modifica o produto.Por isso que o pacote se orgulha, porque ele é dono, ele eh o objeto que engoliu o sujeito, eh o mim que dominou o eu.E eu já não sei mais o que espero.Nem porque espero.Mas eu continuo esperando.Esperando o inesperado , provavelmente improvável.

Agora, nessa cena meus olhos estão molhados, mas não choram. Não precisam. A agonia é sutil. Entre os dedos seguro um desenho sem futuro. Minha consciência acredita que nem isso posso fazer. Mas faco... As faces atrasadas caminham com pressa pela rua e me olham de banda. O mundo acelerado não tem tempo de questionar a inércia da jovem, de mim. Percebo e isso se torna uma questão. Por que tão individualistas? Dou uma olhada no desenho e o amasso. O rosto continua apático , mas meus dedos viraram brutos e o destroem. Percebo que tudo a minha volta é lixo. Neutralizo todo tipo de relação que tenho ou tive. Afogo-me, eu sou aquela peca que restou do resta-um, . A mesma solidão vivida pelo último cigarro do maço , que foi esquecido. Mas em algum momento será desejado por alguém( afinal eh o resto mais valioso que existe) e que as vezes salva até vidas. Mas eu não, não salvo nada, nem eu mesmo.Vou comer uma cereja. De repente dou um pulo suficiente e levanto. Agora sou a determinação na forma de menina, estou totalmente livre.Meus pés possuem vidas próprias a qual a única razão de viver é pisar com determinação naquele asfalto infeliz mostrando que não eh esse mundo que vai tirar meu lirismo, que eu piso nesse mundo, que eu rodo e pulo o mundo. Meus olhos não piscam , já estão fechados. Estou sendo guiada por uma música que só eu escuto e agora eu sou , não ha nada a minha volta, nem um olhar, nenhum copo, nenhuma burocracia. Eu sou o mundo. Começo a correr. Esse movimento me lembra o desenho, que agora se tornou motivo de saudade. Esse desenho era um sonho. Os sonhos são presente, não futuro. Eu tenho muita preguiça do futuro.. Tudo bem , a água vai acabar,a camada de ozônio vai acenar um adeus, daqui a alguns anos teremos clone e mais cedo ou mais tarde Veneza vai se afogar. Mas e aí? Todo mundo se afoga, eu mesmo não sei nadar até hoje e ninguém se preocupa. O futuro do pretérito eh o pior, “eu faria, tu farias,ele faria”...todo mundo faria, ninguém faz. Também seria muito fácil eu afirmar clichezamente que “ O futuro é agora” . E aí entra a sociedade do controle e imposição, essa que é um Ropinol injetado na veia gritando “ OVERDOSE!”. Tudo bem, eu respeito tranqüilamente os que querem e acreditam em fazer a diferença, em transformações, em projetos , mas eu não sou desse tipo, não me encaixo nessa trupe . A sociedade tem uma mania atordoante de criar lendas e acreditar nelas com uma entrega tão repulsiva, Gente, cigarro não faz mal, alou, isso é uma piada. Outra que me da muita preguiça eh o mito:“Sente-se cosquinha de baixo do braço” . Nossa, eu nunca conheci uma pessoa que realmente sentisse cosquinha de baixo do braço, eu digo cosquinha de verdade,sincera...não aquela falseada pelo gritinho“Ai, pára,pára”.Ninguém sente, são enganados e enganam. Mas é assim: alguém inventa, alguém acredita e está feito. Que nem com os produtos: alguém produz, alguém compra, pronto! virou moda. E eh assim que caminha a humanidade, não é com passos de formiga não(desculpe , Lulu Santos) é muito mais veloz, eh como o modelo de esteira dos Pós- Fordismo,a padronização da produção. Antes fôssemos formigas, pelo menos seríamos originais, vivas.

Tudo cerquei nas minhas próprias perdas.Meus enganos, nao mais tolos que meus falsos acertos me fizeram crer que os projetos de outrora eram indomaveis sonhos!Ainda amaveis sonhos que se auto-destruiram por uma questão de insensatez, preguiça,ego.Não ter razão .Os angulos, são maltrapilhos que não conheceram a Princesa Isabel.Indepêndecia ou morte?Por que tudo depende do ponto de vista?Tenho a impressão que devemos pontear a vista e vestir os pontos.Não existe claridade, só bolas de neve.. só dominós.Frustração domina nós e esquece.



Ass.: Hell

5 de agosto de 2008

Tenho certeza que estou sendo viagiado.
Aguardas à espreita dentro de sombras nas ruas.
Esperando expor-me à janela!

Deus te crie! Cobra criada!
Porque não vens logo até mim!
Dê-me logo o tiro no infinito!

3 de julho de 2008

Srta Crendice

Estendem-te o braço,
Pisam-te o pé.

1 de junho de 2008

Lao-Tsé





Aquele que fala não sabe.
Aquele que sabe não fala.

(pois)

O discurso pefeito é inexprimível,
A ação perfeita é a inação,
O saber do sabio é superficial.

Poesia em dois tempos.

.Tempo.
.Sofrimento.

.Pensamento.
.Momento.

.Intento.
.Tento.

28 de maio de 2008

ex-trato de O Sagrado e O Profano

Já observamos que o homem usa suas paixões para intoxicar-se, que a doença serve ao mesmo propósito, e que a sugestão teatral pode estimular e orientar as energias assim despertadas. Da mesma forma agem naturalmente, o canto, a dança, a música e todas as formas de ritmo, o tradicional repertório do entusiasmo que põe corpo e mente em uníssono. Na América do Sul, encontram-se Xamãs que usam o fumo combinada com engolidas de grandes golfadas de ar; o efeito da nicotina com o da hypervetilação. Cada um dos dois, separadamente, é capaz de produzir tonteira, náusea e TRANSE.

Mas isso é nada em comparação com o uso de alucinatórios encontrado nas plantas em todo o mundo. No méxico, o uso do cacto peyote, a trapadeira oloiuqui e certos fungos, foram relatadas. Foi-lhes ditos que muita gente comeu dessas plantas na coroação de Montezuma, e depois relataram as visões que isso ocasionou. (...) Durante este mesmo período, vários outros movimentos messiânicos surgiram entre os índios, como uma maneira de enfrentar a detruição de suas vidas e tradições, tais como a dança chamada "de fantasmas" e o jogo de bater palmas. MAS TODOS ESSES MOVIMENTOS JÁ DESAPARECERAM.

(...)

Resta o peyote, porque seus efeitos não derivam do ressentimento ou de paixões temporárias. (...)Seu gosto é suficientemente amargo e enjo-ativo para causar vômito em algumas pessoas, e o curso de suas ação acompanha, estranhamente, o da crise xamãnica. Quem como atravessa um período inicial de confusão, , passa por uma hora de catársè, e chega a um lugar de paz e cura, e volta a sua vida ordinária convencido de que há algo por trás das aparências

É hoje sabido, que tais drogas, particularmente a mescalina e o LSD, podem produzir visões maravilhosas e belas, bem como terrivelmente sublimes - de grandes palácios, paisagens, figuras escultóricas, jóias coloridas ....

Os autores dos Vedas chegaram à Índia vindos do norte siberiano, onde a tradição de comer o fungo [cogumelo] Amanita Muscaria é conhecida até hoje, e leva o nome nos Vedas de soma. Eles não nascem em solo indiano. A palavra sanscrita amrita paralela em significado à palavra grega ambrosia, significa "sem morte". (...) O que é ser imortal?

17 de maio de 2008

um

uma coisa é

outra coisa;

que é,

uma coisa,
também.

16 de maio de 2008

11 de maio de 2008

V i v a c [H] e

É
fez
se o
verbo e
então cria
se a palavra
da palavra cria
se o enuciado que se
faz vida crescente mente

9 de maio de 2008

Mu [lhe] [eres] tu?

As mulheres não têm alma, mas têm animus.

25 de abril de 2008

[ex] π [ação]

Personalidades in locu
Seres disfocus
Dissimulação in situ
Entes cindidos
Indivíduos in vitru
Mentes ventrílocus

11 de abril de 2008

Sem

Perdido nessa rede de pensamentos finitos
Do ontem, hoje vivido

Sem a certeza do que está porvir
Sem o passado intocável
Sem o presente ausente

Cem mil pensamentos latetes
Cem mil ações imprudentes
Cem mil coisas pendentes

Sem mim
Sem ti.